Você não apenas ouve falar de Liturgia, mas a vive e experimenta!
Em geral, o conceito pode estar tão presente e latente em seu cotidiano que podem faltar palavras para, de fato, nomear o que ela representa.
Em muitas paróquias, há equipes de serviço cuja principal missão é zelar e cuidar da vida litúrgica. Sacerdotes, leigos e religiosos passam anos a fio dedicando empenho e esforço no estudo da Liturgia, tamanha a riqueza de detalhes, significado e importância para a Igreja e a vida do povo de Deus.
Mas você saberia responder o que vem a ser a Liturgia? Conhece a origem da palavra? Conhece a relação entre a Catequese e a Liturgia?
Neste texto, você poderá conhecer algumas referências que respondem a questões fundamentais sobre a liturgia do rito católico, apostólico e romano. Confira:
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O que vem a ser Liturgia?
Segundo o Catecismo da Igreja Católica (CIC), “a palavra ’liturgia’ significa ‘obra pública’, ‘serviço por parte dele em favor do povo’”. Quer dizer que o povo de Deus participa de sua Obra. “Pela Liturgia, Cristo, nosso redentor e sumo-sacerdote, continua na sua Igreja, com ela e por ela, a obra da nossa redenção”. (§ 1069, CIC). O Catecismo também ensina que, no Novo Testamento, a palavra é empregada para designar não somente a celebração do culto divino, mas também o anúncio do Evangelho e a caridade vivida em atos, como no caso das coletas feitas nas celebrações (Cf II Cor 9, 12).
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Qual a importância da Bíblia na Liturgia?
Segundo a Constituição sobre a sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium, aprovada durante o Concílio Vaticano II, em 1963, as Sagradas Escrituras são de máxima importância na celebração litúrgica. “É dela que são tomados os textos que se lêem e se explicam na homilia bem como os salmos que se cantam; foi dos seus textos e da sua inspiração que brotaram as preces, as orações e os hinos litúrgicos; e é dela que as ações e os sinais recebem o seu signicado”. (Sacrosanctum Concilium, 24).
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Como Cristo atua na celebração litúrgica?
Na Liturgia, Deus serve os homens e os homens servem a Deus. Este serviço da Igreja é à imagem de Cristo, que atua como sumo-sacerdote e nos faz participar de seu sacerdócio de maneira profética (quando realizando o culto) e real (quando servimos na caridade). “Com razão se considera a Liturgia como o exercício da função sacerdotal de Jesus Cristo. Nela, mediante sinais sensíveis e no modo próprio de cada qual, significa-se e realiza-se a santificação dos homens e é exercido o culto público integral pelo corpo místico de Jesus Cristo, isto é, pela cabeça e pelos membros. Portanto, qualquer celebração litúrgica, enquanto obra de Cristo Sacerdote e do seu corpo que é a Igreja, é ação sagrada por excelência e nenhuma outra ação da Igreja a iguala em eficácia com o mesmo título e no mesmo grau” (Sacrosanctum Concilium, 5).
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Qual a relação entre a Catequese e a Liturgia?
São João Paulo II, na Exortação Apostólica Catechesi tradendae, escreveu: “A catequese está intrinsecamente ligada a toda a ação litúrgica e sacramental, pois é nos sacramentos, sobretudo na Eucaristia, que Jesus Cristo age em plenitude, em ordem à transformação dos homens” (23). Trata-se de uma relação experiencial. “A catequese litúrgica visa introduzir no mistério de Cristo (ela é ‘mistagogia’), partindo do visível para o invisível, do significante para o significado, dos ‘sacramentos’ para os ‘mistérios’” (§ 1074 – 1075, CIC).
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Existe um tipo de música que a Igreja recomenda para as celebrações litúrgicas?
Sim. A Igreja reconhece o canto gregoriano como “canto próprio da liturgia romana”, mas ressalta que “a polifonia, de modo algum serão excluídos na celebração dos ofícios divinos, desde que estejam em harmonia com o espírito da ação litúrgica” (SS, 116).
Ainda segundo a dimensão musical, a Igreja também menciona – sobretudo nas ocasiões missionárias – os povos com tradições musicais diferentes da cultura ocidental e que têm muita importância na vida religiosa e social das pessoas. “Dê-se a esta música a devida estima e o lugar conveniente, não só na educação do sentido religioso desses povos, mas também na adaptação do culto à sua índole” (SS, 119).
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Você sabe o que são alfaias litúrgicas?
Chamam-se alfaias os pequenos panos e objetos encapados com tecido que se usa junto aos vasos sagrados: corporal, pala, sanguíneo, manustérgio, véu do cálice e bolsa do corporal. Sobre a a apresentação das alfaias, na forma com que a arte sacra será aplicada a elas, a Sacrosanctum Concilium orienta que elas contribuam “para o esplendor do culto com dignidade e beleza, aceitando as mudanças na matéria, na forma e na ornamentação, que o progresso técnico foi introduzindo no decorrer do tempo” (SS, 122).
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A liturgia prevê diferentes cores para cada tempo?
Sim. Segundo a Instrução Geral do Missal Romano (IGMR), “as diferentes cores das vestes sagradas visam manifestar externamente o caráter dos mistérios celebrados, e também a consciência de uma vida cristã que progride com o desenrolar do ano litúrgico” (345).
A cor verde é usada no Tempo Comum. O branco é usado nos Ofícios e Missas do Tempo Pascal e do Natal do Senhor; além disso, nas celebrações do Senhor, exceto as de sua Paixão, da bem-aventurada Virgem Maria e de alguns santos. O vermelho é usado no domingo da Paixão e na Sexta-feira da Semana Santa, no domingo de Pentecostes, nas celebrações da Paixão do Senhor, nas festas natalícias dos apóstolos e evangelistas e nas celebrações dos santos mártires. O roxo, no Advento e Quaresma. Pode, também, ser usado nos Ofícios e Missas dos Fiéis Defuntos.
O rosa pode ser usado, onde for costume, nos domingos Gaudete (III do Advento) e Laetare (IV na Quaresma). O preto pode ser usado, onde for costume, nas Missas dos Fiéis Defuntos.
Para dias mais solenes, o Missal prevê a possibilidade de serem usadas vestes sagradas festivas ou mais nobres, mesmo que não sejam da cor do dia.