Pastoral Litúrgica: Uma frente evangelizadora para as famílias

O Papa Francisco, na Exortação Apostólica Amoris Laetitia, recomenda quanto ao trabalho pastoral com as famílias: “é preciso fazer-lhes experimentar que o Evangelho da família é alegria que enche o coração e a vida inteira, porque, em Cristo, somos libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento”, (AL, 200). Quando se trata do trabalho da Pastoral Litúrgica é importante saber que ele pode ser um verdadeiro instrumento de acolhimento, valorização e evangelização das famílias.

A Pastoral Litúrgica, como responsável pela organização e zelo pelas celebrações, ligada – inevitavelmente – às equipes de coroinhas, ministros da Eucaristia, ministros de música, é capaz de reconhecer a presença das famílias e também, ao modo de cada uma, estimular e recomendar o engajamento dessas pessoas no serviço à Igreja.

Veja, neste texto, dicas práticas para contar com o auxílio da Pastoral Litúrgica e chegar às famílias.

Recorra à Pastoral de Conjunto

“…é preciso não se contentar com um anúncio puramente teórico e desligado dos problemas reais das pessoas.” (AL, 201)

Pastoral de Conjunto nada mais é do que uma ação organizada e estratégica de várias pastorais em vista de um objetivo comum. A interação da Pastoral Litúrgica com outras pastorais em vista de favorecer a vivência das famílias na comunidade é fundamental. Para desenvolver um trabalho que consiga enxergar as necessidades, dores e flagelos das famílias de sua paróquia, é preciso observar atentamente a realidade delas: social, demográfica, civil, religiosa, afetiva… E para isso, é imprescindível unir esforços!

Favoreça a participação das famílias nas celebrações litúrgicas

É muito importante reconhecer a presença das famílias como alvo da ação litúrgica de modo ordinário (nas Missas, nas celebrações, nas orações comunitárias). Desde uma atenção especial àquelas que possuem crianças, bebês, àquelas que têm em sua composição os idosos. Criar ocasiões de acolhimento, acessibilidade, espaços para atender às necessidades – como um local para troca de fraldas – são gestos simples e que demonstram delicadeza e ternura para com as famílias. Para realizar ações desse tipo, pode-se fazer uma parceria com a Pastoral da Acolhida, por exemplo.

A Pastoral Litúrgica pode, inclusive, organizar gestos educativos para com a comunidade sobre a realidade familiar. Desde momentos formais como palestras, campanhas de marketing (cartazes, cards via whatsapp, pequenos vídeos) ou nos avisos das missas, por exemplo.

Fique atento às famílias que perdem entes queridos

“Abandonar uma família atribulada por uma morte seria uma falta de misericórdia” (AL, 253)

 Estabelecer um núcleo, dentro da Pastoral Litúrgica, para atender e acompanhar essas famílias nas necessidades práticas diante do evento da morte é, sem dúvida, um importante passo de evangelização e suporte emocional.

Embora muitas vezes seja inesperado e, ao mesmo tempo, comum, o falecimento de um ente querido requer da família um esforço emocional extra para organizar, atender e corresponder às necessidades que o momento exige, sobretudo no contexto litúrgico: exéquias, missa de 7º dia, missa de 30 dias de falecimento.

Ofereça suporte aos noivos: são as futuras famílias

“Temos de ajudá-los a darem-se conta de que o sacramento não é apenas um momento que depois passa a fazer parte do passado e das recordações, mas exerce a sua influência sobre toda a vida matrimonial, de maneira permanente” (AL, 215)

Num trabalho aliado à Pastoral Familiar (por meio dos cursos de noivos), a Pastoral Litúrgica pode atuar no que diz respeito aos preparativos da cerimônia religiosa, instruindo e educando sobre as questões relativas ao rito. Infelizmente, é comum que os noivos não sejam acompanhados nessa realidade e – talvez por ignorância – cometam falhas e lapsos no momento da celebração do matrimônio.

Realizar um trabalho formativo fará, certamente, diferença na vida familiar que viverão futuramente, pois a consciência das graças e bênçãos que o sacramento do matrimônio darão forças para que eles vivam os desafios próprios de cada tempo que lhes aguarda.

Você encontra muitas outras dicas e inspirações na Exortação Apostólica Amoris Laetitia, principalmente no capítulo VI, dedicado à atuação pastoral junto às famílias.

Se este conteúdo foi útil e apontou novos caminhos em seu ministério, compartilhe com seus contatos!




10 dicas de paramentos que você não pode deixar faltar na sacristia

Você sabia que as roupas (paramentos) utilizadas pelos ministros sagrados nas celebrações litúrgicas são de origem grega e romana? Alguns escritores eclesiásticos contam que os ministros sagrados usavam suas melhores roupas, provavelmente reservadas para a ocasião. “O fato deles [os paramentos] não serem usados no cotidiano, ajuda-nos a romper com o cotidiano e suas preocupações, no momento da celebração do culto divino”, ensina o documento A vestição dos paramentos litúrgicos e as respectivas orações, do Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice [1].

Então, todo o zelo e esmero que precisamos ter com essa parte da organização litúrgica tem um fundamento e uma tradição que são belíssimos. Pensando nisso, apresentamos uma seleção especial de paramentos indispensáveis para a sua paróquia. Junto com algumas recomendações, colocamos também informações úteis sobre o significado espiritual, função ou curiosidade dos paramentos. Confira!

Casulas 

paramentosQuando se trata da casula, compreende-se que a vestimenta é destinada aos que celebram a Santa Missa. “Os livros litúrgicos usavam as duas palavras, em latim casula e planeta, como sinônimos. A oração para vestidura da casula remete ao convite de Colossenses 3:14: “Sobretudo, revesti-vos do amor, que une a todos na perfeição.” [2]

O conjunto que apresentamos é da Coleção Catedral, com bordados em dourado. São seis peças nas cores: creme, vermelha, preta, verde, roxa e rosa. Um diferencial nesta opção é a casula disponível na cor preta, ideal para missas e ofícios dos defuntos.

Leia também: Você sabe como o seu paramento deve ser passado e guardado?

Dalmáticas 

Ainda sobre as vestes litúrgicas, a Igreja ensina o porque, normalmente, são feitas em um formato largo.  “Pode-se dizer que a ‘ocultação’ do corpo do ministro sob as vestes, em certo sentido, despersonaliza-o, removendo o ministro celebrante do centro, para revelar o verdadeiro Protagonista da ação litúrgica: Cristo.” [3]

Deste modo, apresentamos uma ótima opção para os diáconos da sua comunidade. O Conjunto Catedral de Dalmáticas com bordado em dourado. São cinco opções de cores (uma de cada): creme, roxa, branca, verde e vermelha. Além, é claro, de um preço imperdível.

Conjunto para Solenidades

Na antiguidade, o que diferia as vestes litúrgicas para as roupas do cotidiano era a qualidade dos tecidos e alguns detalhes. Atualmente, embora muita coisa tenha mudado, a Arte Sacro mantém a tradição de selecionar a melhor matéria prima para a confecção de suas peças e apresenta esta opção exclusiva para solenidades.

Trata-se de um conjunto com casula e dalmática que pode ser separado para as ocasiões especiais da vida de sua comunidade. Aqui temos cinco opções de cores disponíveis: vermelha, roxa, creme, branca e verde. Detalhes em dourado.

Capa de asperge

Produzida com tecido de alta qualidade na cor creme com bordados dourados, essa capa pode ser utilizada durante o momento de aspergir os fiéis com água benta, em procissões e nas bênçãos com o Santíssimo Sacramento, assim como para ministrar sacramentos.

Veste para Ministro Extraordinário da Comunhão

Esse modelo é exclusivo e foi desenvolvido especialmente para as mulheres que servem o altar. Disponível na cor branca com bordado em dourado. Acompanha um cinto do mesmo tecido para a opção de usar a veste “acinturada”.

paramentosVeste para leitor

Padronizar as vestes do leitor pode ser uma boa sugestão para evitar os excessos nas roupas usadas no momento das leituras. Com tecido de alta qualidade, disponível na cor branca e com bordados em dourado, ela é simples e permite uma bela harmonia litúrgica no presbitério.

Veste para coroinha

Uma ótima opção para os coroinhas de sua comunidade, a túnica vermelha, no tecido Oxford e sobrepeliz branca em linhão, faz parte das diversas opções de vestes disponíveis para quem serve no presbitério.

Túnica branca

Tradicional túnica branca é confeccionada com tecido importado de alta qualidade. Com costuras e acabamentos perfeitos, além de um preço muito acessível.

Cabide para estolas

Um dos desafios na organização dos armários da sacristia é como armazenar as estolas. Pensando nisso, a Arte Sacro desenvolveu um suporte em acrílico para guardar e organizar até quatro estolas.

Cabide para casula

Em acrílico, desenhado especialmente para dispor a casula sem ocasionar marcas em seu tecido. Ideal para usar na sacristia da sua comunidade.

A Arte Sacro confecciona seus paramentos litúrgicos com tecidos sofisticados, de alta qualidade, com bordados exclusivos, e com todo respeito à sacralidade a que essas peças devem conter e remeter. 




Quaresma: Dicas para tornar este tempo inesquecível para sua comunidade

Quaresma é tempo de oração e penitências, de conversão. Ou seja, para a Igreja é tempo de evangelizar. Seja pela palavra ou por obras concretas, esse período litúrgico é mais uma oportunidade de proporcionar aos fiéis e aos irmãos afastados da Igreja o reencontro com Cristo. Mas, de que maneira podemos tornar a Quaresma um tempo especial de conversão? Confira aqui algumas dicas práticas de como trabalhar a evangelização durante esse tempo.

Dica 1: Reafirmar o valor da meditação da via-sacra

Percorrer o caminho de Cristo, desde a sua condenação por Pilatos até o Calvário: Eis um dos exercícios de piedade espiritual que mais caracteriza a Quaresma para o cristão. No entanto, muitas vezes os fiéis não compreendem o valor da via-sacra e acabam deixando de participar desse momento. Cabe, portanto, aos sacerdotes e líderes de pastorais e movimentos incentivar a vivência da comunidade recordando que todo batizado deve percorrer espiritualmente a via crucis acompanhando o sofrimento de Cristo, sua entrega por nossa salvação, pela redenção da humanidade.

O Papa Francisco, quando esteve no Brasil em 2013, vivenciou um momento especial de oração da via-sacra com os participantes da Jornada Mundial da Juventude. Na ocasião, ele explanou que na cruz de Cristo não apenas o sofrimento de Cristo, mas também o nosso. De acordo com o Papa, por meio da meditação da via-sacra, nos recordamos de que “Cristo carrega as nossas cruzes e nos diz: Coragem! Você não está sozinho a levá-la! Eu a levo com você. Eu venci a morte e vim para lhe dar esperança, para lhe dar vida”.

Leia também – As perguntas fundamentais sobre Liturgia que você deveria saber responder

Dica 2: INCENTIVAR A PRÁTICA DE JEJUM

O jejum é com que um remédio que ajuda o cristão a combater seus adversários espirituais. É uma mortificação exterior que tem por objetivo restaurar o interior. Contudo, nem sempre é essa a compreensão que os fiéis têm sobre o jejum. É necessário, portanto, uma orientação sobre o valor desse exercício durante a Quaresma e as diferentes maneiras de praticá-la.

Dica 3: PROMOVER A RECONCILIAÇÃO

Uma das maneiras do cristão manifestar sua conversão é por meio do sacramento da confissão – também chamado de sacramento da conversão e da reconciliação. Pela confissão, o penitente entrega a Jesus as misérias que carrega dentro de si, confiando na Misericórdia Divina.

É no perdão dos pecados que se dá a reconciliação com Deus e com a Igreja. Como o Magistério recomenda em seus mandamentos que o cristão deve confessar-se ao menos pela Páscoa , convém que as paróquias estejam dispostas a oferecer e a facilitar aos fiéis a oportunidade de se confessar durante a Quaresma.

Lembremos sempre de que a evangelização não se dá apenas no transmitir a doutrina, mas principalmente pelo  encontro pessoal com Cristo. Quando promovemos ocasiões favoráveis para esse encontro, o fiel, de maneira espontânea, procura viver os sacramentos da Igreja e, sendo assim, a evangelização acontece em toda a sua plenitude.

Indicações de leitura:
CIC – Catecismo da Igreja Católica: 1422, 1440, 1446.




Como a beleza e a sobriedade na Liturgia podem evangelizar

             Celebramos na Liturgia o Mistério Pascal de Cristo –  Sua Paixão, Ressurreição e a gloriosa Ascensão ao Céu. Enquanto Jesus derramava seu sangue por amor, a Igreja nascia. E foi aos apóstolos que Cristo confiou a missão de continuar a obra por Ele iniciada.  Tudo o que Jesus realizou na terra permanece acontecendo em todo tempo por meio da Liturgia – na Missa, nos sacramentos, na celebração da Palavra, na oração da Liturgia das Horas e em tantos outros momentos da vida eclesial.

“Tudo o que na vida do nosso redentor era visível, passou para os ritos sacramentais”, explicou no século V, o Papa Leão Magno (Sermões para a Ascensão, n. 3; AL 4340). E, por ser a Liturgia o prolongamento das ações de Cristo, é que ela contém em si um valor único e sagrado, de singular beleza.

Ainda sobre a dimensão do que é belo, João Paulo II, na Carta aos Artistas, diz que “a beleza é a expressão visível do bem”. Ou seja, na Liturgia, a ação de Deus na vida das pessoas está profundamente conectada à beleza e à bondade dele. Deste modo, ainda que não seja a principal função da Liturgia, as pessoas são evangelizadas e tocadas pelo amor do Senhor quando contemplam a beleza e a sobriedade das ações litúrgicas.

O que a Liturgia provoca nos fiéis

Celebrar a Liturgia não é apenas repetir gestos ou as palavras de Cristo, com o único propósito de recordá-los, mas é tornar presente – graças a ação do Espírito Santo – a realidade do profundo Mistério Pascal, a fim de que estejamos em comunhão de vida com esse mistério e que por ele nos deixemos tocar e transformar.  

Uma Liturgia bem vivida e celebrada facilita a comunhão das pessoas com Deus. Os Ritos Litúrgicos celebrados no esplendor de sua beleza e naturalidade estimulam os fiéis  “…à veneração das coisas sagradas, elevam a mente à realidade sobrenatural, nutrem a piedade, fomentam a caridade, aumentam a fé, robustecem a devoção, instruem os simples, ornam o culto de Deus, conservam a religião e distinguem os verdadeiros dos falsos cristãos” (Carta Encíclica Mediator Dei, 20).

A beleza da Liturgia

A Liturgia é naturalmente bela: bela no aspecto estético dos objetos e vestes sagradas, no zelo e esmero no que tange a preparação das celebrações e tempos litúrgicos, e bela na santidade que  inspira por meio dos gestos do sacerdote – que é um ministro in Person Christi (no lugar de Cristo).

A preocupação e o cuidado pela beleza e singularidade da Liturgia, em todos os ritos, é ainda sinal de respeito a Deus. Por isso, a Igreja cuida para que a liturgia cumpra com sua função de, por meio dela, realizar belas ações simbólicas através das quais não somente Deus se manifesta e se relaciona, mas também as pessoas podem ir ao seu encontro.  

sobriedade na liturgia

Referências
Sermões para a Ascensão, Papa Leão Magno
Carta aos Artistas, São João Paulo II
Carta Encíclica Mediator Dei, Papa Pio XII (1974).




O incenso católico é igual aos incensos comuns?

O uso do incenso católico nas Celebrações chama atenção para a sacralidade daquele momento, ainda que os fiéis não compreendam a totalidade do seu significado. Queimar incenso – ou a incensação – exprime reverência e oração, a exemplo do que expressa a Sagrada Escritura:

“Que minha oração suba até vós como a fumaça do incenso” (Salmo 140, 2).

Contudo, os fiéis precisam saber que o incenso católico, utilizado na Liturgia da Igreja, não é o mesmo utilizado em defumadores nos cultos africanos e nem mesmo semelhantes às varetas usadas nas religiões asiáticas e orientais.

Mas, afinal, qual o significado do incenso para os católicos? Por que ele é utilizado por outros povos?

O incenso no Cristianismo

O uso do incenso pelos cristãos é uma tradição com profundas raízes espirituais. Há milhares de anos o incensar é um gesto que expressa adoração a Deus. No Tabernáculo, assim como no templo, Deus ordenou que um “altar de incenso” fosse construído. Deus mandou também que Aarão, o sumo sacerdote, queimasse “um incenso perpétuo perante o Senhor ao longo de suas gerações” (Êxodo 30, 8).

Foi a partir do século IV, que Igreja adotou o incenso em seus ritos para expressar honra ao altar, às relíquias, aos objetos sagrados, aos sacerdotes e aos fiéis. Mas foi somente no século IX que ele passou a ser utilizado também no início da Missa, e apenas no século XI o altar se transformou no centro da incensação. Logo o incenso passou a ser utilizado também sobre as oferendas do pão e do vinho – corpo e sangue de Cristo – recordando a Epifania do Senhor: “Ao entrar na casa viram o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o homenagearam. Em seguida, abriram seus cofres e ofereceram-lhe presentes: ouro, incenso e mirra” (Mateus 2,11).

Na Liturgia da Missa, durante o ato penitencial a incensação é feita para expiar os pecados, para nos limpar, nos purificar. Já o gesto de incensar o evangeliário demonstra veneração à Bíblia Sagrada. E no momento em que os fiéis são incensados, recorda-se que o Espírito Santo habita em todos. Nesse espírito, é recomendado que o fiel incline a cabeça e trace o sinal da cruz enquanto medita em seu coração com uma prece. Uma sugestão de oração para este momento seria:

“Eleve-se, Senhor, minha oração como este incenso à vossa presença, e desça sobre nós a vossa Misericórdia”.

Os cristãos também utilizam o incenso na Liturgia fúnebre demonstrando que o falecido permanece como membro da Igreja, santificado pelos sacramentos. Portanto, seu corpo morto é honrado com o incenso recordando como as santas mulheres, na manhã de Páscoa, queriam honrar o corpo de Jesus, ungindo-o com óleos preciosos.

O uso do incenso por outros povos

Os povos romanos e gregos em seus templos tinham um altar para o incenso, que era utilizado em sinal de homenagem e adoração aos ídolos. No culto ao imperador, a incensação possuía valor de reconhecimento da religião e do estado do imperador enquanto deus.

Entre os etruscos, o sumo sacerdote queimava o incenso em braseiros decorados e, com um toque de trombeta, anunciava o fim de um período e o início de um novo tempo. Já na Grécia era costume fazer a incensação da vítima do sacrifício para torná-la mais aceitável diante da divindade. Também pelos gregos o incenso era oferecido aos deuses e eram queimados nas casas dos doentes, pois acreditam que ele tinha um fim terapêutico.  

Os israelitas misturavam o incenso a outras substâncias perfumadas e com ele o sumo sacerdote entrava no espaço mais sagrado e reservado do templo. E entre os egípcios, o uso do incenso remonta há pelo menos quinze séculos antes de Cristo. Para eles, o incenso era o “perfume dos deuses”. Eles utilizavam este perfume para os rituais do templo, convencidos de que o incenso podia fazer chegar à divindade os desejos dos homens. Também o definiam como o “suor dos deuses que cai sobre a terra”.

Na Índia o incenso é queimado durante as meditações de yoga, a fim de facilitar o encontro com a divindade. Os indianos também utilizam o incenso para perfumar os fornos crematórios, como rito de passagem da vida terrena à ultraterrena. Além disso, eles utilizam o incenso também para o tratamento de enfermidades nervosas e reumáticas.

Na África o incenso é utilizado para acalmar dores de estômago, para melhorar o funcionamento do fígado e a circulação sanguínea.

Na Europa, em alguns povoados da Áustria e da Suíça, o incenso é queimado nas casas no período compreendido entre o Natal e a Epifania para garantir a boa saúde de todos. Costumam também queimar incenso durante festas de casamento e em bodas de prata, de ouro e de diamante.

Na América Central os maias associavam o incenso à lua, símbolo feminino portador de vida.  

Pelo incenso católico, a oração sobe ao céu

Diferentemente do uso do incenso por outros povos, para os cristãos, a incensação envolve uma atmosfera sagrada de oração que, como uma nuvem perfumada, sobe até Deus. No catolicismo, antes de ser utilizado, o incenso recebe uma bênção, por isso adquire um valor sacramental – sinal sagrado.

Para ser usado na liturgia, além da bênção, o incenso precisa obedecer critérios de produção e matéria-prima. Portanto, não é qualquer material que pode ser usado no culto divino.

Então, agora que você conheceu mais sobre o assunto, quando estiver na missa, observe atentamente a forma com que este material é tratado na liturgia.

Gostou do texto? Compartilhe com seus amigos.

Referências bibliográficas:

Catecismo da Igreja Católica (CIC 2111)

Revista Paróquias & Casas Religiosas, ano 1, n.05, março/abril 2007.

http://www.liturgia.pt/documentos/incenso.php